Inovação das técnicas de forjamento no Brasil
Em Outubro ocorreu em Porto Alegre (RS), o maior encontro da América Latina da indústria e academia, que teve por objetivo discutir questões técnicas relacionadas ao processo de forjamento. O aspecto inovação foi palavra-chave desde a abertura até as últimas apresentações no terceiro dia do encontro. Participaram deste evento principalmente fornecedores de auto-peças e no “show room” os destaques foram os fabricantes de equipamentos. Um dos principais fornecedores brasileiros de matéria-prima para forjados contribuiu com duas apresentações técnicas.
Um fato muito importante, evidenciado no XXXIV SENAFOR, foi a demonstração de que atualmente são as forjarias que devem mostrar aos fabricantes de automóveis novos “design’s” de peças, que venham atender ao conceito de “componentes mais leves”. Este conceito está sendo o grande foco da indústria automobilística mundial que, a partir de 2020, terá que pagar uma multa por cada grama de CO2 expelida pelos veículos.
A indagação que se faz a seguir é: as nossas forjarias estão preocupadas em INOVAR a ponto de sugerir novos procedimentos e processos para as montadoras? A nossa experiência mostra que não existe muito interesse neste tipo de desenvolvimento tecnológico. Por exemplo: há 20 anos, no Laboratório de Transformação Mecânica (LdTM) da UFRGS, desenvolveu-se para uma empresa uma tecnologia para produção de cruzetas de precisão a frio. As cruzetas eram forjadas pelo processo convencional a quente e com muita rebarba
A empresa financiou este novo desenvolvimento e até hoje produz cruzetas de precisão a frio. Entretanto, as técnicas modernas já mostram cruzetas ocas de muito mais baixo peso (Figuras 2 e 3). Durante todos estes anos a empresa nunca se interessou em continuar uma modernização da tecnologia. Será que atualmente o pensamento é outro? Tudo indica que nossas empresas se acostumaram a uma “situação de conforto” comprando “know how” e pagando por patentes oriundas de tecnologia desenvolvida no exterior. Nossos centros de pesquisa continuam não sendo apoiados pelos sucessivos governos brasileiros e nem tampouco nossas indústrias precisam deles. Quando será que iremos começar a inovar?